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Acervo bibliográfico.
Foram identificados diversos materiais bibliográficos relacionados aos solos do Estado do Acre, sendo listados nesta página aqueles mais relevantes para o estudo dos solos da Formação Solimões. Trabalhos publicados em anais de congressos na forma de resumos simples ou expandidos, ou relatórios técnicos em geral, não foram incluídos nesta listagem, embora, tenham sido distribuídos na forma de CD-ROM aos participantes da IX RCC
Em muitos dos trabalhos realizados com estes solos, percebe-se que ainda há pouca compreensão sobre o ambiente de formação destes solos e sua gênese, resultando em informações contraditórias sobre sua classificação pedológica, potencial de uso e recomendações para o manejo. Por este motivo, foi destacada uma mensagem encaminhada pelo professor Carlos Ernesto Goncalves Reynaud Schaefer, da Universidade Federal de Viçosa, aos participantes da IX RCC, onde ele elenca uma série de informações a cerca das mudanças climáticas e processos geológicos recentes, que atuam e atuaram na formação destes solos, inclusive, com informações ainda não retratadas adequadamente nos mapas geológicos atuais por tratarem-se de resultados de pesquisa ainda recentes, as quais são sumarizadas a seguir:
"1. Climas secos variáveis prevaleceram de cerca de 50.000 até cerca de 4.000 anos atrás, correspondendo ao final da formação de pantanais e lagos, que resulta nos argilitos vistos em muitos dos perfis visitados, concomitantemente com o soerguimento neotectônico e o entalhe dos rios decorrente da mudança para climas muito mais úmidos . Esta região (Estado do Acre e em especial, o trecho entre Sena Madureira e Feijó), o clima era muito seco, e os climas úmidos irradiavam de oeste para leste. Com a mudança climática, a megafauna se extingue ao mesmo tempo em que o clima vai se tornando mais úmido, perdurando até cerca de 6.000 anos atrás (espécies de Toxodonte, Mastodonte, Preguiça Gigante).
2. Os depósitos Quaternários não são marinhos, e os últimos 250 metros do topo da chamada Formação Solimões tem idade de apenas 50.000 anos atrás (Kronberg et al, 2002). Estes depósitos correspondem ao Quaternário tardio: são sedimentos lacustrinos e fluviais, portanto, depreende-se que toda evolução do entalhe fluvial criando o relevo colinoso até montanhoso que vimos ao longo do trecho entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco é pós-glacial, ou seja, dos últimos 10.000 anos, e no caso dos argilitos da Depressão do rio Iaco (próximo a Sena Madureira), ainda mais recentes. Este ambiente corresponde aos solos e a paisagem mais jovem que se pode ver em todo o Brasil, excetuando-se as planícies Quaternárias ainda em formação.
3. Os depósitos de carbonatos e sulfatos são predominantemente de precipitação química (Cavalcante, 2006), e os fósseis encontrados nestes depósitos são terrestres ou palustres.
4. Este cenário é muito pouco habitual, e por isto, causa tanto espanto e dificuldades para a compreensão da dinâmica destes solos. Mas o fato verificável é que tudo que existe nesta região é muito recente, tanto geológica quanto pedologicamente. Os solos do Acre correspondem a uma condição associada à realidade pré-andina ou subandina, e seu soerguimento é do Quaternário tardio. Ainda hoje é uma zona sismicamente ativa.
Leitura recomendada pelo prof. Carlos Ernesto Schaefer:
CAVALCANTE, L. M. Aspectos geológicos do Estado do Acre e implicações na evolução da paisagem. Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2006. 25 p. il. color. (Documentos, 104).
KRONBER, FRALIK; BENCHIMOL. Late Quaternary sedimentation and palaeohydrology in the Acre foreland basin, SW Amazonia. Basin Research, 10: 311-323. 1998. doi: 10.1046/j.1365-2117.1998.00067.x.
MAYLE, F.E.; POWER, M. J. Impact of a drier Early-Mid-Holocene climate upon Amazonian forests. Phil. Trans. R. Soc. B , 363: 1829-1838. 2008. doi: 10.1098/rstb.2007.0019.
Rossetti, D.F.; Toledo, P.M. Environmental changes in Amazonia as evidenced by geological and
paleontological data. Revista Brasileira de Ornitologia 15 (2) 175-188. 2007.
Outras publicações recomendadas sobre este assunto são:
GINGRAS, M.K.; RÄSÄNEN, M.E.; PEMBERTON, S.G.; ROMERO, L.P. Ichnology and sedimentology reveal depositional characteristics of baymargin parasequences in the Miocene Amazonian foreland basin. Journal of Sedimentary Research, v. 72, n.6, p. 871-883. 2002.
LATRUBESSE, E., BOCQUENTIN, J., SANTOS, J.C.R., RAMONELL.Paleoenvironmental model for the Late Cenozoic of southwestern Amazonia: paleontology and geology. Acta Amazonica, v. 27, n.2, p. 103-118, 1997.
LATRUBESSE, E.M.;STEVAUX, J.C.; SINHA, R. Grandes sistemas fluviais tropicais: uma visão geral. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 6, n.1, p.01-18, 2005.
KRONBERG, B.I.; BENCHIMOL, R.E. Geochemistry and geocronoly of surficial Acre Basin sediments (Western Amazonia): key information for climate reconstruction. Acta Amazonica, v.22, n.1, p.51-69, 1992.
KRONBERG, B & BENCHIMOL, R. Aridez no Acre: a história climática de uma região. Ciência Hoje, v.16, n.1, p.44-47, 1993.
LEITE, F.P.R. Palinologia da Formação Solimões, neógeno da bacia do Solimões, Estado do Amazonas, Brasil: implicações paleoambientais e bioestratigráficas. Brasília: Universidade de Brasília, 135p. 2006 (Dissertação de doutorado).
LUCAS, Y.; SOUBIÉS, F.; CHAUVEL, A.; DESJARDINS, T. Estudos do solo revelam alterações climáticas da Amazônia. Ciência Hoje, v.16, n.93, p.36-39, 1993.
NEILL ,C.; ELSENBEER, H.; KRUSCHE, A.V.; LEHMANN, J., MARKEWITZ, D,; FIGUEIREDO; R.O. Hydrological and biogeochemical processes in a changing Amazon: results from small watershed studies and the large-scale biosphere-atmosphere experiment. Hydrological Processes, v. 20, n.12, p.2467 - 2476, 2006.
RANZI, A. A paleofauna da Amazônia indica áreas de pastagem com pouca cobertura vegetal. São Paulo, Ciência Hoje, 16, p. 48-51, 1993.
RANZI, A. Paleoecologia da Amazônia: Megafauna do Pleistoceno. Florianópolis: Ed. Da UFSC; Rio Branco: Universidade Federal do Acre, 2000. 101 p.
RÄSÄNEN, M.; LINNA, A.M.; SANTOS, J.C.R.; NEGRI, F.R. Late Miocene tidal deposits in the Amazonian foreland basin. Science, v. 269, n. 5222, p. 386-390, 1995.
RESENDE, M.; MACHADO, R.P. Cotas fluviométricas do rio Acre, suas causas e implicações na política da colonização. Acta Amazonica, v.18, n.3/4, p.85-92, 1988
TRICART, J. Evidence of Upper Pleistocene dry climates in Northern South America. In: DOUGLAS, I. & SPENCER, T. (Ed.) Environmental change and tropical geomorphology. London; Boston: Allen & Unwin, 1985. p. 197-217.
WESTAWAY, R. Late Cenozoic sedimentary sequences in Acre state, southwestern Amazonia: Fluvial or tidal? Deductions from the IGCP 449 fieldtrip., Journal of South American Earth Sciences, v. 21, n.1-2, p. 120-134, 2006.
Para o entendimento da dinâmica dos processos envolvendo o manejo da fertilidade destes solos, incluindo a questão relativa ao elevados níveis de alumínio trocável, são recomendadas as seguintes publicações:
GAMA, J. R. N. F. Caracterização e formação de solos com argila de atividade alta no Estado do Acre. Itaguaí, RJ: UFRRJ, 1986. 150 p. Tese de Mestrado.
GAMA, J.F.N.F.; KIEHL, J.C. Influência do alumínio de um podzólico vermelho-amarelo do Acre sobre o crescimento das plantas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 23, p.475-482, 1999.
GAMA, J. R.N.F.; KUSUBA, T.; AMANO, Y. Influência de material vulcânico em alguns solos do Estado do Acre. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 16, p. 103-106, 1992.
LIMA, H.N.; MELLO, J.W.V. ; SCHAEFER, C.E.G.R.; KER, J.C.; & LIMA, A.M.N. Mineralogia e química de três solos de uma toposseqüência da bacia sedimentar do alto Solimões, Amazônia Ocidental. Revista Brasileira Ciência do Solo, v. 30, n.1, p. 59-68, 2006.
MARQUES, J.J.; TEIXEIRA, W.G.; SCHULZE, D.G.; CURI, N. Mineralogy of soils with unsually high exchageable Al from the western Amazon Region. Clay Mineralogy, v. 37, p. 651-661. 2002.
MÖLLER, M.R.F.; KITAGAWA, Y. Mineralogia de argilas em Cambissolos do Sudoeste da Amazônia Brasileira. Belém-PA. EMBRAPA-CPATU. 19p, (EMBRAPA-CPATU. Boletim de Pesquisa, 34). 1982.
VOLKOFF, B.; MELFI, A.J.; CERRI, C.C. Solos podzólicos e cambissolos eutróficos do alto rio Purus (Estado do Acre). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 13, p. 363-372, 1989.
WADT, P.G.S. Manejo de solos ácidos do Estado do Acre. Rio Branco, AC: Embrapa Acre. 2002. 28 p. (Embrapa Acre. Documentos, 79).
WADT, P. G. S. ; ARAÚJO, E. A. de ; COSTA, F. S. . Manejo de fertilizantes e resíduos na Amazônia sul-ocidental. In: SBCS, Embrapa. (Org.). Manejo e Conservação do Solo e da Água no Contexto das Mudanças Ambientais. 1 ed. Rio de Janeiro: Embrapa, 2010, v. 1, p. 141-170.
Outras publicações que tratam de solos do Estado do Acre são:
AMARAL, E. F.; BARDALES, N. G.; AMARAL, E. F.; ARAÚJO, E. A. PINHEIRO, C. L. S.; SOUZA, A. Aptidão dos Solos do Acre para o cultivo da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.). Embrapa Acre. 2001. 6p. (Comunicado técnico, 143) (25632407)
AMARAL, E. F.; MELO, A. W. F.; ANDRADE, E. P., FRANKE, I. L.; LUNZ, A. M. P.; ARAÚJO, E.A. Metodologia simplificada de zoneamento agroflorestal. Rio Branco: Embrapa Acre. 2000. 19p. (Circular Técnica, 35) (25874150)
AMARAL, E. F.; VALENTIN, J. F.; LANI, J. L.; BARDALES, N. G.; ARAÚJO, E. A. Áreas de risco de morte de pastagens de Brachiaria brizantha cultivar Marandu, com o uso de base de dados pedológicos do zoneamento ecológico-econômico no Estado do Acre. In. BARBORA, R.A. (Org.). Morte de pastos de Braquiárias. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2006. p. 151-174. (259943389)
ARAÚJO, E. A. Caracterização de solos e modificações provocadas pelo uso agrícola no assentamento Favo de Mel, na Região do Purus - Acre. Viçosa, MG: UFV, 2001. 122 p. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Universidade Federal de Viçosa, 2001. (25578068).
ARAÚJO, E.A. LANI, J. L.; AMARAL, E. F.; GUERRA, A. Uso da terra e propriedades físicas e químicas de Argissolo Amarelo distrófico na Amazônia Ocidental. R. Bras. Ci. Solo, 28:307-315, 2004 (Link para editor).
ARAÚJO, E.A.; RIBEIRO, G.A. Impactos do fogo sobre e entomofauna do solo em ecosistemas florestais. Natureza & Desenvolvimento, v. 1, p. 75-85, 2005. (25564171)
ARAUJO, E. A. ; LANI, J. L.; Amaral, E. F. do. Modificações nos solos pelo uso agricola no Assentarnento Favo de Mel, sudeste do Acre. Rio Branco: Governo do Estado do Acre, 2002. 44 p. (26126809)
BERGO, C. L.; AMARAL, E. F.; ARAÚJO, E. A.; BARDALES, N. G.; PEREIRA, R. C. A. Aptidão natural para o cultivo de café (Coffea canephora) no Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre. 2001. 4p. (Comunicado técnico, 126) (25633370).
COUTO, W. H. Indicadores edáficos e potencial agrícola em áreas do reflorestamento econômico consorciado e adensado (RECA) na Amazônia Ocidental. Rio de Janeiro: UFRRJ. 123 p. 2010. (Dissertação de mestrado).
FURTADO, B. A. de. Geoambientes, pedogênese e uso da terra no setor norte do Parque Nacional da Serra do Divisor, Acre. Viçosa: UFV. 100p. 2007. (Dissertação de mestrado).
GONDIM, T. M. S.; AMARAL, E. F.; ARAÚJO, E.A.; SILVEIRA, M. M. Aptidão natural para o cultivo de bananeira no Estado do Acre. Embrapa Acre. 2001. 6p. (Instruções técnicas, 34) (25633293).
FRANKE, I. L.; BERGO, C. L.; AMARAL, E. F.; ARAÚJO, E. A. MELO, A.W.F. Aptidão natural para o cultivo de pupunha (Bactris gasipaes H.B.K.) no Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre. 2001. 5p. (Comunicado técnico, 141) (25632674)
LIMA, H.N. Gênese, química, mineralogia e micromorfologia de solos da Amazônia Ocidental. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 2001. 176p. (Tese de Doutorado).
MARTINS, J. S. Pedogênese de podzólicos vermelho-amarelos do Estado do Acre, Brasil. Belém, PA: Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, 101 p. 1993 (Dissertação de Mestrado em Agronomia).
MÖLLER, M. R. F.; KITAGAMA, Y.; COSTA, M. P. Distribuição aproximada de minerais argilosos na folha SC-19 Rio Branco. In: Encontro de profissionais de química da Amazônia, 3., 1982, Manaus. Anais... Manaus, AM: 1982. p. 291-306.
PACHECO, E. P.; ARAÚJO, E.A.; AMARAL, E.F.; SILVA, C. L.; PARIZZI NETTO, A. Aptidão natural para mecanização agrícola nos solos do Estado do Acre. Embrapa Acre. 2001. 6p. (Comunicado técnico, 129) (25632279)
SALIMON, C. I, ; WADT, P. G. S. ; ALVES, S.S. . Decrease in carbon stocks in an oxisol due to land use and cover change in southwestern Amazon. Revista Ambiente & Água, v. 4, p. 57-65, 2009.
SALIMON, C. I, ; WADT, P. G. S. ; MELO, A. W. F. . Dinâmica do Carbono na Conversão de Floresta para Pastagens em Argissolos da. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 7, p. 29-38, 2007.
SILVA, J.R.T. Solos do Acre: caracterização física, química e mineralógica e adsorção de fosfato. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1999. 117p. (Dissertação de doutorado)
SILVEIRA, M.; DALY, D, C.; SALIMON, C. I.; WADT, P. G. S.; AMARAL, E. F. do; PEREIRA, M. G.; PASSOS, V. Ambientes físicos e coberturas vegetais do Acre. In: DALY, D. C.; SILVEIRA, M. Primeiro catálogo da flora do Acre, Brasil. Rio Branco, AC :Ed. da UFAC, 2008. p. 33-66
WADT, P. G. S. ; LIRA, E. M. de ; GALVÃO, A. de S. ; RODRIGUES, G. S. . Avaliação da capacidade de uso da terra e dos impactos ambientais em áreas de assentamento na Amazônia ocidental. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 6, p. 316-326, 2006.
WADT, P.G.S. (editor). Manejo do Solo e Recomendação de Adubação para o Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 2005, 635 p. Link para editor.
WADT, P.G.S. (editor). Sistema plantio direto e controle de erosão no Estado do Acre, Rio Branco, Embrapa Acre, 2007, 135 p. Link para editor.
Foram identificados diversos materiais bibliográficos relacionados aos solos do Estado do Acre, sendo listados nesta página aqueles mais relevantes para o estudo dos solos da Formação Solimões. Trabalhos publicados em anais de congressos na forma de resumos simples ou expandidos, ou relatórios técnicos em geral, não foram incluídos nesta listagem, embora, tenham sido distribuídos na forma de CD-ROM aos participantes da IX RCC
Em muitos dos trabalhos realizados com estes solos, percebe-se que ainda há pouca compreensão sobre o ambiente de formação destes solos e sua gênese, resultando em informações contraditórias sobre sua classificação pedológica, potencial de uso e recomendações para o manejo. Por este motivo, foi destacada uma mensagem encaminhada pelo professor Carlos Ernesto Goncalves Reynaud Schaefer, da Universidade Federal de Viçosa, aos participantes da IX RCC, onde ele elenca uma série de informações a cerca das mudanças climáticas e processos geológicos recentes, que atuam e atuaram na formação destes solos, inclusive, com informações ainda não retratadas adequadamente nos mapas geológicos atuais por tratarem-se de resultados de pesquisa ainda recentes, as quais são sumarizadas a seguir:
"1. Climas secos variáveis prevaleceram de cerca de 50.000 até cerca de 4.000 anos atrás, correspondendo ao final da formação de pantanais e lagos, que resulta nos argilitos vistos em muitos dos perfis visitados, concomitantemente com o soerguimento neotectônico e o entalhe dos rios decorrente da mudança para climas muito mais úmidos . Esta região (Estado do Acre e em especial, o trecho entre Sena Madureira e Feijó), o clima era muito seco, e os climas úmidos irradiavam de oeste para leste. Com a mudança climática, a megafauna se extingue ao mesmo tempo em que o clima vai se tornando mais úmido, perdurando até cerca de 6.000 anos atrás (espécies de Toxodonte, Mastodonte, Preguiça Gigante).
2. Os depósitos Quaternários não são marinhos, e os últimos 250 metros do topo da chamada Formação Solimões tem idade de apenas 50.000 anos atrás (Kronberg et al, 2002). Estes depósitos correspondem ao Quaternário tardio: são sedimentos lacustrinos e fluviais, portanto, depreende-se que toda evolução do entalhe fluvial criando o relevo colinoso até montanhoso que vimos ao longo do trecho entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco é pós-glacial, ou seja, dos últimos 10.000 anos, e no caso dos argilitos da Depressão do rio Iaco (próximo a Sena Madureira), ainda mais recentes. Este ambiente corresponde aos solos e a paisagem mais jovem que se pode ver em todo o Brasil, excetuando-se as planícies Quaternárias ainda em formação.
3. Os depósitos de carbonatos e sulfatos são predominantemente de precipitação química (Cavalcante, 2006), e os fósseis encontrados nestes depósitos são terrestres ou palustres.
4. Este cenário é muito pouco habitual, e por isto, causa tanto espanto e dificuldades para a compreensão da dinâmica destes solos. Mas o fato verificável é que tudo que existe nesta região é muito recente, tanto geológica quanto pedologicamente. Os solos do Acre correspondem a uma condição associada à realidade pré-andina ou subandina, e seu soerguimento é do Quaternário tardio. Ainda hoje é uma zona sismicamente ativa.
Leitura recomendada pelo prof. Carlos Ernesto Schaefer:
CAVALCANTE, L. M. Aspectos geológicos do Estado do Acre e implicações na evolução da paisagem. Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2006. 25 p. il. color. (Documentos, 104).
KRONBER, FRALIK; BENCHIMOL. Late Quaternary sedimentation and palaeohydrology in the Acre foreland basin, SW Amazonia. Basin Research, 10: 311-323. 1998. doi: 10.1046/j.1365-2117.1998.00067.x.
MAYLE, F.E.; POWER, M. J. Impact of a drier Early-Mid-Holocene climate upon Amazonian forests. Phil. Trans. R. Soc. B , 363: 1829-1838. 2008. doi: 10.1098/rstb.2007.0019.
Rossetti, D.F.; Toledo, P.M. Environmental changes in Amazonia as evidenced by geological and
paleontological data. Revista Brasileira de Ornitologia 15 (2) 175-188. 2007.
Outras publicações recomendadas sobre este assunto são:
GINGRAS, M.K.; RÄSÄNEN, M.E.; PEMBERTON, S.G.; ROMERO, L.P. Ichnology and sedimentology reveal depositional characteristics of baymargin parasequences in the Miocene Amazonian foreland basin. Journal of Sedimentary Research, v. 72, n.6, p. 871-883. 2002.
LATRUBESSE, E., BOCQUENTIN, J., SANTOS, J.C.R., RAMONELL.Paleoenvironmental model for the Late Cenozoic of southwestern Amazonia: paleontology and geology. Acta Amazonica, v. 27, n.2, p. 103-118, 1997.
LATRUBESSE, E.M.;STEVAUX, J.C.; SINHA, R. Grandes sistemas fluviais tropicais: uma visão geral. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 6, n.1, p.01-18, 2005.
KRONBERG, B.I.; BENCHIMOL, R.E. Geochemistry and geocronoly of surficial Acre Basin sediments (Western Amazonia): key information for climate reconstruction. Acta Amazonica, v.22, n.1, p.51-69, 1992.
KRONBERG, B & BENCHIMOL, R. Aridez no Acre: a história climática de uma região. Ciência Hoje, v.16, n.1, p.44-47, 1993.
LEITE, F.P.R. Palinologia da Formação Solimões, neógeno da bacia do Solimões, Estado do Amazonas, Brasil: implicações paleoambientais e bioestratigráficas. Brasília: Universidade de Brasília, 135p. 2006 (Dissertação de doutorado).
LUCAS, Y.; SOUBIÉS, F.; CHAUVEL, A.; DESJARDINS, T. Estudos do solo revelam alterações climáticas da Amazônia. Ciência Hoje, v.16, n.93, p.36-39, 1993.
NEILL ,C.; ELSENBEER, H.; KRUSCHE, A.V.; LEHMANN, J., MARKEWITZ, D,; FIGUEIREDO; R.O. Hydrological and biogeochemical processes in a changing Amazon: results from small watershed studies and the large-scale biosphere-atmosphere experiment. Hydrological Processes, v. 20, n.12, p.2467 - 2476, 2006.
RANZI, A. A paleofauna da Amazônia indica áreas de pastagem com pouca cobertura vegetal. São Paulo, Ciência Hoje, 16, p. 48-51, 1993.
RANZI, A. Paleoecologia da Amazônia: Megafauna do Pleistoceno. Florianópolis: Ed. Da UFSC; Rio Branco: Universidade Federal do Acre, 2000. 101 p.
RÄSÄNEN, M.; LINNA, A.M.; SANTOS, J.C.R.; NEGRI, F.R. Late Miocene tidal deposits in the Amazonian foreland basin. Science, v. 269, n. 5222, p. 386-390, 1995.
RESENDE, M.; MACHADO, R.P. Cotas fluviométricas do rio Acre, suas causas e implicações na política da colonização. Acta Amazonica, v.18, n.3/4, p.85-92, 1988
TRICART, J. Evidence of Upper Pleistocene dry climates in Northern South America. In: DOUGLAS, I. & SPENCER, T. (Ed.) Environmental change and tropical geomorphology. London; Boston: Allen & Unwin, 1985. p. 197-217.
WESTAWAY, R. Late Cenozoic sedimentary sequences in Acre state, southwestern Amazonia: Fluvial or tidal? Deductions from the IGCP 449 fieldtrip., Journal of South American Earth Sciences, v. 21, n.1-2, p. 120-134, 2006.
Para o entendimento da dinâmica dos processos envolvendo o manejo da fertilidade destes solos, incluindo a questão relativa ao elevados níveis de alumínio trocável, são recomendadas as seguintes publicações:
GAMA, J. R. N. F. Caracterização e formação de solos com argila de atividade alta no Estado do Acre. Itaguaí, RJ: UFRRJ, 1986. 150 p. Tese de Mestrado.
GAMA, J.F.N.F.; KIEHL, J.C. Influência do alumínio de um podzólico vermelho-amarelo do Acre sobre o crescimento das plantas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 23, p.475-482, 1999.
GAMA, J. R.N.F.; KUSUBA, T.; AMANO, Y. Influência de material vulcânico em alguns solos do Estado do Acre. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 16, p. 103-106, 1992.
LIMA, H.N.; MELLO, J.W.V. ; SCHAEFER, C.E.G.R.; KER, J.C.; & LIMA, A.M.N. Mineralogia e química de três solos de uma toposseqüência da bacia sedimentar do alto Solimões, Amazônia Ocidental. Revista Brasileira Ciência do Solo, v. 30, n.1, p. 59-68, 2006.
MARQUES, J.J.; TEIXEIRA, W.G.; SCHULZE, D.G.; CURI, N. Mineralogy of soils with unsually high exchageable Al from the western Amazon Region. Clay Mineralogy, v. 37, p. 651-661. 2002.
MÖLLER, M.R.F.; KITAGAWA, Y. Mineralogia de argilas em Cambissolos do Sudoeste da Amazônia Brasileira. Belém-PA. EMBRAPA-CPATU. 19p, (EMBRAPA-CPATU. Boletim de Pesquisa, 34). 1982.
VOLKOFF, B.; MELFI, A.J.; CERRI, C.C. Solos podzólicos e cambissolos eutróficos do alto rio Purus (Estado do Acre). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 13, p. 363-372, 1989.
WADT, P.G.S. Manejo de solos ácidos do Estado do Acre. Rio Branco, AC: Embrapa Acre. 2002. 28 p. (Embrapa Acre. Documentos, 79).
WADT, P. G. S. ; ARAÚJO, E. A. de ; COSTA, F. S. . Manejo de fertilizantes e resíduos na Amazônia sul-ocidental. In: SBCS, Embrapa. (Org.). Manejo e Conservação do Solo e da Água no Contexto das Mudanças Ambientais. 1 ed. Rio de Janeiro: Embrapa, 2010, v. 1, p. 141-170.
Outras publicações que tratam de solos do Estado do Acre são:
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